As vezes sinto em mim que não sou o bastante e que mesmo me entregando da maneira mais simples, mais pura, mais verdadeira, tudo fica mais distante, mais superficial, mais sem cor.

As vezes percebo que talvez, só talvez, eu nunca experimentei o amor de verdade e que por pura vaidade, ele em mim, me fez, um ser simples demais para o merecer.

O amor estilo anos 50, aquele modelo antigo, aquele em que gostamos de apreciar o falar, o olhar, o andar. O simples estar lá, sentir e viver o momento. Passar horas conversando com você, rindo, falando um do outro e depois te levo pra casa, te dou um presente. Um ursinho de pelúcia? Ou um buquê de flores? Talvez um desenho ou um objeto? Quem sabe um livro? Pode ser até uma simples pedrinha que encontrei no caminho que estávamos passando, eu feliz ao te ver, olhei para o chão meio envergonhado e a vi e decidi te dar como recordação daquele momento tão especial. 

Eu gosto desse estilo, pode parecer caretice mas eu gosto de observar, de me fazer presente. Eu me importo e dou o máximo de mim. 

Há pessoas que digam que devemos ser mais diretos e ir pra cima. Eu sigo indo com calma, um passo de cada vez. Detalhes, gestos, olhares, dizeres. 

Essa correria da atualidade faz as pessoas ficarem cegas e não enxergarem o óbvio. Eu posso parecer estranho mas eu sou verdadeiro e entrego o meu melhor. 

Talvez eu não tenha sentido o amor, mas só talvez.