Um sonho profundo

abril 05, 2020

Um sonho profundo, profano, propicio, estava ocorrendo na minha mente, dentro do meu consciente e algumas partes se formando no meu subconsciente.
Era um sonho profundo, produtivo, propenso, uma realidade tão alternativa, mas que de tão oposta se tornou autêntica, e era uma realidade tão real, que eu me via no sonho, pude ter consciência, pude me sentir, pude me tocar. 
A cada passo que dava, que percorria, ruas iam se formando na minha frente, prédios de diferentes formas e tamanhos, iguais aos filmes Matrix e estilo Pixel. Um holograma anunciava a minha chegada e todos aplaudiam. Andei mais e mais e agora estava em um cenário apocalíptico, um cenário catastrófico, um cenário horrível. E eu, sabia que estava em um sonho e que aquilo tudo não era real. A fome não era real, o medo não era real, o caos não era real, as mortes não eram reais.
Passei por uma família que suplicava por ajuda, e eu os ajudei. Segui em frente e percebi que as casas estavam sendo saqueadas, os postos estavam sem combustíveis, os supermercados sem suprimentos. Lembrei dos filmes que assistira antes e continuei em frente. Passei por hospitais que a capacidade limite já tinha sido ultrapassada, muitos corpos, muitos doentes, muitos feridos. Segui em frente e agora estava em outra dimensão, em outra fase. Agora não era o Pac-Man que estava destruindo tudo e sim um vírus, um vírus novo, que entrava nas pessoas, nas mais vulneráveis, nas mais indefesas e os consumiam, lentamente, bem L E N T A M E N T E.
Comecei a sentir medo, mas eu sabia que não era real. Continuei andando e passei de fase, agora estava em um mundo diferente, mas na mesma realidade, o vírus estava lá atrás, porém, aonde eu estava possuíam uma barreira contra ele, e era uma barreira gigante feita de dinheiro, muito dinheiro. Os poderosos ficavam observando de camarote o que acontecia do outro lado do muro. Bebiam, riam, debochavam e curtiam a sua vida na mais alta classe, com champanhe, piscina e muita zoação. Não gostei do que via, a minoria que era a maioria sendo afetada e eles do outro lado do muro, ricos, não podiam fazer nada, ou podiam, porém, não queriam.
Continuei andando e passei de fase, comecei a falar para mim mesmo que aquilo não era real, que só era um sonho. Avistei mais a frente uma porta florida, com pássaros ao redor, jasmins e girassóis. Abri e me vi ao lado de uma cama, uma cama toda aveludada, toda perfumada, toda florida. Cheguei mais perto e vi meu amor deitado nela, eu estava aos prantos, não conseguia conter as lagrimas. O meu outro eu deitado ao lado do meu amor, aos poucos que falava, murmurava essas palavras, essas frases, repetidas vezes: “aqui fixar quero meu eterno repouso, e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vê-de mais uma vez. Braços, permiti-vos o ultimo abraço. E lábios, vós que sois a porta do hálito com um beijo legitimo, selai esse contrato com a morte exorbitante.” Lembrei que aquelas palavras foram pronunciadas por Romeu, ó Romeu, cuja a vida de sua amada tinha chegado ao fim. E, agora era a vida do meu amor que tinha chegado ao fim e posteriormente era a minha que também chegaria. Não conseguia ver mais aquela cena, sai correndo e caí, caí em um buraco que não possuía fim e comecei a pensar em tudo que tinha vivido, em tudo de bom que tinha acontecido na minha vida, mesmo estando em um sonho e acreditando que aquilo não era real, me pego pensando nos meus momentos felizes, nos momentos felizes com minha família, com meus amigos, com meu amor.
Começo a acreditar que aquilo não era um sonho, que era a realidade e que a realidade em si que eu acreditava que era real, na verdade era um sonho, o mais lindo sonho.
Começo a falar em voz alta para mim mesmo, lembrando dos romances que já tinha lido, lembrando do amor que tinha vivido, lembrando da minha família que amava muito, dos meus amigos sonhadores e claro, da história de Romeu e Julieta, a mais pura e verdadeira história de amor: “E se eu soubesse que aquele seria o último beijo. Mas como eu haveria de saber? Aquele não teria sido o último beijo. A gente nunca sabe né? A gente nunca sabe das últimas coisas, do último abraço, da última briga, da última despedida. Sempre temos coragem, mas as vezes a coragem só aparece quando estamos passando por alguma dificuldade, algum momento que sabemos que chegará ao fim, aí sim, a coragem aparece e dizemos coisas que não conseguiríamos dizer.
Se eu soubesse, teria te segurado mais forte e teria pensado em algo melhor para te dizer. Mas eu não sabia...
E foi assim o último beijo
O último encontro
O último momento.”

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