Foi um tempo
março 08, 2020
Foi um tempo em que o tempo não era mais tempo, o tempo de espera havia terminado e tudo agora era o caos. Correria para todos os lados e tudo estava tão bagunçado, tudo estava tão perdido,
frenético, inexplicável.
Foi o tempo em que o tempo tinha tempo de ser, de estar, de simplesmente existir, mas agora tudo mudou, esses novos tempos, tecnológicos ou não, há quem diga que é o melhor dos
tempos, há quem discorde e ainda dirá que o melhor estar por vir. Não sei ainda, só sei que essa ansiedade vivida e presenciada por milhares, talvez milhões não é por acaso, e sim, tem um significado e uma causa.
Milhões de jovens, entre 20 e 30 anos diagnosticados com depressões, síndromes de panico, ansiedade, e será por que? Talvez essa nossa “rebeldia” em querer “apagar” o tempo nos fez isso. Talvez era
só para nós aproveitarmos o dia, cada momento, sem se preocupar com o futuro, parece clichê mas não é. Talvez entendemos errado e esse “viver cada momento como se fosse o ultimo” não era simplesmente
“vamos deletar o tempo e não se importar com mais nada” e sim “não se preocupe com coisas fúteis, pequenas”. Na minha opinião, estamos tão preocupados em querer parecer com alguém que não somos, em querer
aparecer, se mostrar para o outro que esquecemos da nossa essência, do nosso proposito, do nosso objetivo nesse mundo, que é ser feliz. Estamos tão obcecados em ter títulos que esquecemos que os maiores ensinamentos
e o melhor conhecimento está simplesmente dentro de nós e no que propusemos fazer com amor, com o coração. Estamos tão ansiosos em formar cedo, em conseguir um emprego melhor que o nosso “amigo” , talvez
“concorrente” pois amigo você deseja o melhor e não ha inveja no meio, enfim, estamos tão obcecados em ganhar muito, em ter uma casa própria antes os 30, não uma casa e sim a casa, que engolimos as horas, deixamos elas de lado, as simples
24 horas do dia se tornaram 10, talvez 8 e quem sabe nem isso. Esquecemos de viver, de fazer o que o nosso coração manda ,esquecemos de amar incondicionalmente. Temos medo de dizer o que queremos, de ser quem somos pois
apagamos a barreira do tempo e criamos a barreira do SE, se eu me mostrar assim, os outros vão pensar que eu sou isso ou estou vulnerável, se eu amar mais os outros vão pensar que eu sou fraco, diferente, se eu não fizer isso os outros
vão pensar que eu não ligo e blá blá blá. E essa barreira é muito difícil de se quebrar, falando de mim agora, essa barreira com várias camadas de décadas de coisas impostas pela sociedade, do que é “certo”
, do que é o “ideal” e ficamos tão preocupados em seguir e que se der algo de errado seremos crucificados e martirizados em praça pública na frente de milhões de pessoas “padrões” denominadas “suficientes”
no que faz e “perfeitas” que logo colocamos na mente que iremos morrer e que tudo estará acabado. Temos que quebrar essa barreira, comece com uma martelada e tire tijolo por tijolo, pedra por pedra, dia
após dia, que uma hora ela estará no chão e você estará liberto. Você só tem que amar mais e ser simplesmente você.
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