Peguei uma folha seca no chão que pisava , observei-a e com meus dedos em contato com sua fina camada de celulose a vi esvaindo pelo ar e em segundos não sobrou mais nada. O som intrigante e acolhedor daquelas árvores, o vento soprando folha por folha em movimentos que pareciam até a dança da mãe terra , e não é que era mesmo uma dança , nos seus mínimos detalhes. Cada árvore se movia na sua própria sincronia, no seu próprio tempo, no seu próprio pausar. E todas funcionavam em perfeita harmonia, que até o mais belo pássaro, o simples bem te vi, que alí em um dos milhares de galhos, fazia sua casa, seu lar nas terras dos índios puri, descansaria para nunca mais partir. Em um instante, um simples instante e com um olhar a mais de atenção, pude ver que naquele espaço, a magia estava em ascensão. Borboletas no seu bater de asas tão delicado, que até o sapo que pulava por lá ficou encantado. Um calango, de tão ágil que era , ao olhar da harpia, que lá de cima, percebeu que tudo aquilo que via era o começo de uma nova era. A era em que todos juntos, em perfeita harmonia, poderia viver, voar, dançar, cantar, andar, sair, sorrir, sonhar, pensar, sem o mal que os assombrava os devorar.