Como esquecer

fevereiro 18, 2020

Estava sentado do lado de fora da minha casa, era umas 22 horas, o tempo estava tão perfeito, um silêncio, uma paz, que por um minuto, fiquei com meus olhos fechados para poder apreciar e desfrutar daquele momento único, que era só meu. A brisa fresca daquele ar puro da minha cidade, cercada de campos verdejantes e montanhas majestosas fez com que eu lembrasse da minha infância, simples, pura, inocente. A cada inspiração e expiração que eu dava, o ar dos meus pulmões, fazia com que aquelas lembranças vividas ha tempos, retornassem, todas de uma vez só. Abri os olhos e comecei a andar por aquelas estradas, tão vazias, sem ninguém, tão calma, tão eu. A cada arvore que passava, a cada pássaro que cantava, a cada pedra que ficava, mais forte ficava a lembrança daqueles anos. Enxugando com a barra da camisa meus olhos, cuja lagrimas já tinham se formado, avistei uma arvore, sua copa era tão perfeita que lembrava duas mãos, se tocando, me aproximei e sentei no gramado que a cercava, sua sombra fresca e imponente me fez querer perdurar por ali. Me pego chorando, pois era embaixo de uma arvore, que meus pais me levavam e contavam histórias de como a vida é bonita, simples e que para sermos felizes não precisávamos de mais nada, alem do amor e do olhar de simplicidade com todas as criações. Meus pais eram minha base, meu alicerce, mas aconteceu aquilo e eu nunca irei esquecer, não consigo apagar da minha mente, sei que devo seguir em frente, sei que é isso que esperavam de mim, eu não posso desistir, tenho que continuar, um dia de cada vez, percorrendo distancias, novos ciclos, novas fases, não posso mais me permitir sentir isso tudo novamente, já for doloroso demais, tenho que seguir em frente. Lembro de como a vida era boa naqueles tempos, da comida gostosa que minha mãe fazia em seu fogão a lenha, em que todas as manhãs, eu, junto com ela ia acender o forno para preparar aqueles biscoitos caseiros de manteiga e aquele bolo de cenoura, do leite fresquinho e quente que meu pai tirava, Marieta era o nome que eu tinha dado para a vaca, pois ela era calma, e estava lá, todo dia, independente de tudo, ela ainda estava lá. Lembro dos momentos bons e sei que são eles que devemos guardar no coração. Fico feliz e percebo que eu era feliz, com pouco, eu era feliz. Sem mais nada e com tudo, embaixo daquela arvore, repouso, esqueço, adormeço.

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