Geração 21

agosto 28, 2019




Lilith é uma garota no auge dos seus 17 anos, prestes a se formar no ensino médio, pretende cursar cinema, pois ama criar histórias e fotografar tudo que vê, decidida desde seus 12 anos quando viu pela primeira vez high school musical e se apaixonou pelo enredo, trama, modelo de escola e claro pelo Troy, quem não né? No seu quarto só tinha posters e mais pôsteres do queridinho das garotas e garotos, porém os anos passaram e isso foi deixado de lado, já crescida queria escrever e gravar seu próprio filme e para isso criou um canal no youtube no qual semanalmente postava vídeos recriando cenas de variados filmes a maioria românticos e musicais mas na maioria das vezes ela fazia tudo, era a roteirista , a editora, a cenógrafa, filmmaker e atriz e isso estava acabando com ela, decidida que isso iria mudar, começou a divulgar nas redes sociais que precisava de atores e um editor, postava frases, pequenos takes, cenas simples e fotos de seu ensaio fotográfico mais recente, seu irmão a fotografava e ela retribuía com participações nos seus vídeos, recebia milhares de likes, comentários, compartilhamentos, elogios tanto de garotos quanto de garotas em relação a sua aparência, facilidade em falar, sua vida em geral, hábitos alimentares, sua vida saudável e fitness, só que não era bem assim. Lilith possuía milhares de seguidores e vários crushes, seu instagram estava sempre bombando, mas seu coração estava vazio, ninguém percebia isso e aquilo foi afetando a sua vida de uma forma que de um dia para o outro Lilith foi pega de surpresa por uma crise de ansiedade das piores junto com síndrome do pânico e depressão, não queria decepcionar seus fãs e continuou fazendo seus vídeos e postando suas fotos, comentários a todo vapor, chuvas de likes, milhares de compartilhamentos, mas Lilith já não saia do seu quarto, foi se afastando de todos e permaneceu sozinha no seu intimo. O tempo foi passando, já não tinha mais vontade de fazer nada, porém continuava postando fotos e nas suas legendas frases que tinham algum significado, ela queria atenção e queria ser vista, usava filtros e edições em suas fotos mostrando um bem estar irreal e ninguém percebia seu verdadeiro estado, cheio de melancolia, solidão e a depressão. Por muitos dias, meses, Lilith permaneceu assim, não comia direito, perdeu peso, continuava postando fotos com frases de duplo sentido, pedindo ajuda, ela queria ajuda, comentários elogiando seu “novo” físico chegavam a cada hora e ninguém percebia que ela precisava de ajuda, nem mesmo sua família, que achava que era uma fase de rebeldia e frescura por parte dela, seu filme foi ficando de lado, sua vontade de fazer cinema foi ficando esquecido e já não tinha nem vontade de viver.
Em uma manhã que parecia ser normal a campainha de sua casa toca, uma garota chamada Judith está do outro lado da porta, a mãe de Lilith atende e Judith diz que viu nas redes sociais de sua filha que ela estava precisando de pessoas para fazer seu filme, só que por forças maiores ela só pode vir agora e não meses antes quando a mensagem foi disponibilizada em suas redes sociais, a mãe de Lilith diz para a garota recém chegada subir pois ela estava no quarto, Judith sobe e a encontra deitada em sua cama, pergunta o porquê dela estar assim e nada, horas se passa e nem uma palavra é pronunciada da boca de ambas, uma fica olhando para a outra e assim permanece por mais algumas horas, até que em um momento Lilith começa a falar e conversa vai , conversa vem, as duas pegam o número uma da outra, Judith vai embora e a partir desse dia as duas começam a trocar mensagens. Judith em um final de tarde após levar seu cão para dar um passeio pelo quarteirão recebe uma notificação no celular, era uma foto de Lilith e Judith começou a assimilar os textos, as fotos, o estado físico e emocional da amiga, começou a pesquisar o que poderia ser, o que ela poderia fazer para ajudar a amiga. Judith começou a ficar mais próxima de Lilith, começou a incentivar ela a sair, a conversar, a escrever e a se amar, não necessariamente nessa ordem, conversou com sua mãe sobre a depressão da filha e aconselhou a procurar um psicólogo, Lilith foi entendendo o que estava acontecendo consigo e aceitou ajuda, foram meses de tratamento envolvendo auto aceitação, trabalhos motivacionais, de autoconhecimento, diariamente Lilith teria que falar para si mesma que ela era única e especial, que era importante, que ela era amada e que tinha que ser ela mesma e se amar em primeiro lugar e anotar um sonho que queria que se realizasse e começar a olhar o mundo a sua volta com um olhar mais crítico e não como se tudo fosse perfeito, porque não é. Se conhecer e se aceitar foi fundamental para seu progresso com o tratamento. Lilith não estava totalmente curada e isso é um processo continuo de aceitação que deve ser mantido para sempre ao lado de pessoas que são importantes e que se importam com você.

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