Ondas no mar
junho 13, 2019
Ondas no mar
São quatro da manhã, não sei se sinto frio ou
calor, disseram que aqui o tempo era agradável, talvez meu corpo se acostume e
eu consiga sentir realmente o que está aqui.
Estou sozinho
Ondas no mar
Ando por areias, como é bom pisar e sentir cada
granulo fino, e a água fria, fico relaxado.
Ondas no mar
Pequenas conchas que se desprenderam de
pequenos seres são arrastadas pelas ondas e vão parar nos meus pés, continuo
andando.
Ondas no mar
Pessoas começam a chegar e já não estou
sozinho, uma criança passa por mim correndo com um sorriso enorme no rosto,
retribuo.
Ondas no mar
Avisto distante um navio, acho que é um
cruzeiro daqueles de filmes, como será que é estar dentro dele? Fico imaginando
as pessoas, as comidas, as bebidas, as musicas. Será que tem bandas e musicais?
Ahh, deve ser ótimo, e aquelas piscinas.
Ondas no mar
Mais navios aparecem e somem naquela imensidão
que é o oceano.
Ando mais um pouco e aquele garotinho que
encontrei mais cedo vem até mim, agora com uma bola entre os braços e me chama
para jogar com ele, não sei muito bem jogar, mas faço de tudo para não
decepcionar aquele garoto, arrisco uns chutes e até que vou bem, ele ri.
Ficamos ali por horas e foi como se o tempo parasse e parou. Uma voz feminina
chama pelo garoto, acho que era a mãe dele, ele se despede e parte. Minha
barriga ronca, não trouxe nenhuma comida, preciso comprar algo.
Ondas no mar
Caminho por aquela orla, as águas sobre meus
pés frios e já enrugados, conchas transportando areias, transpassando entre
meus dedos e as ondas levando meus rastros, suprimindo passo por passo até não
existir mais nenhum. Um rapaz com seu cachorro passam por mim, cumprimento com
um oi, ele retribui.
Ondas no mar
Encontro uma loja, entro, milhares de
guloseimas que só irão saciar meu desejo por açúcar e me trará um prazer
momentâneo, passo por elas contrariando meu cérebro que só quer esse prazer.
Uns sanduíches estão na minha frente e uma água de coco, estranho um rapaz no
litoral com vários cocos lá fora comprar água de coco, porém era mais barato e
por isso comprei. Saio, ando um pouco e sento em um banco que estava só, sol já
estava ameno e poderia ficar ali sem se queimar muito. Engulo minha comida e
vou jogar o que restou em uma lixeira ali próxima. Percebo que naquela cidade
havia muito moradores de rua, sem ninguém, sem amparo, sem proteção, fico ali
observando e centenas de pessoas passam por eles como se fossem um papel de
bala caído no chão. Uma tristeza chega a mim e percebo como a vida é injusta.
Volto para a orla, nas areias quentes e chamejantes, corro até as ondas para
esfriar os pés, que sensação boa.
Ondas no mar
Gaivotas voam por cima em círculos, devem estar
procurando os moluscos que se desprenderam daquelas centenas de conchas que as
ondas impulsionam e apreendem novamente. Caminho até o ponto de origem do qual
parti e observo aquele menino feliz, brincando agora com seus pais, tão
ingênuo, mas ao mesmo tempo tão leve, espero que ele continue assim e quando
crescer se torne um homem do bem, um verdadeiro homem, que se preocupa com o
próximo e tenha um coração puro.
Ondas no mar
Pessoas sorrindo, passando com seus amores,
cachorros, filhos, em todas as direções. Caminho até as ondas e uma concha me
chama atenção, era brilhante com um formato diferente, maior que as outras e
maior que minhas mãos, penso se o barulho do mar realmente é escutado por ela
quando posicionado nos ouvidos, tento experimentar e ouço sons incríveis, vou
em direção das ondas do mar, a água já está na linha do peito, aquele som vai
ficando cada vê mais alto, uma sensação de paz toma conta do meu ser, não ouço
mais nada, não sinto mais nada.
Ondas no mar
Pessoas caminhando, crianças brincando, tudo
continua igual.
Ondas no mar.
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